Macroscopicamente, a tumoração estava predominantemente representada por tecido adiposo.Os focos pardo-dourados eram pequenos e foram observados no interior de tecido com características adiposas. Acredito que estes aspectos permitam afastar as possibilidades de fibrohistiocitoma e fibrohistiocitoma plexiforme.
No nosso caso observamos coleções de células fibrohistiocíticas com moderada a abundante pigmentação hemossiderótica (comprovada através da coloração de Perls). Núcleos volumosos e hipercromáticos foram focalmente identificados, bem como mastócitos ocasionais.
Em 2000, Marshall-Taylor e Fanburg-Smith descreveram, em dois artigos distintos, duas lesões que foram denominadas lesão lipomatosa fibrohistiocítica hemossiderótica(
1) (LLFH) e lipoma fibrohistiocítico(
2) (o último não sendo uma denominação mais recente para a primeira). A LLFH foi observada predominantemente no tornozelo/pé de mulheres de meia idade e associada a trauma local (segundo o cirurgião que nos enviou o espécimen para exame, não havia antecedentes de traumatismos no nosso caso). Já os casos de lipoma fibrohistiocítico descritos não apresentavam a predileção pelo sexo feminino, localização em tornozelo, relacão com traumatismo local e tendência a recidiva. Histologicamente, o lipoma fibrohistiocítico revela, segundo os autores acima, áreas não pigmentadas lembrando fibrohistiocitoma ou dermatofibrossarcoma protuberans mescladas com tecido adiposo.
Abraços a todos