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Minha impressão diagnóstica na biópsia endoscópica, foi de "Linfoma Anaplásico de Grandes Células, variante rica em neutrófilos" a ser confirmada por IHQ.
Antes do erro cometido, chegou ao laboratório a peça cirúrgica, pois as condições clínicas da paciente se agravaram a ponto de indicar intervenção cirúrgica urgente por obstrução.
Na peça havia neoplasia séssil ulcerada, profundamente infiltrativa da parede, que formava massa tumoral no mesocólon, juntamente com linfonodos metastáticos fundidos (
Foto_6).
No exame microscópico existiam áreas indiferenciadas, sólidas e trabeculares ao lado de áreas predominantes, de adenocarcinoma tubular característico (
Foto_7). Esse mesmo padrão, de estruturas tubulares, dominavam os linfonodos metastáticos.
Diagnóstico final na peça :
Adenocarcinoma séssil ulcerado, com invasão trasmural e mesocólica. Metástases de Adenocarcinoma em linfonodos mesocólicos. Neoplasia com áreas tubulares predominantes e regiões indiferenciadas, localizadas principalmente na mucosa.
O adenocarcinoma de IG é raro em jovens, mas está descrito em adolescentes e crianças ( principalmente acima de 10a de idade ).
Ao contrário do que se pode pensar, na maioria dos casos não há incidência familial, nem associação com polipose múltipla.
São doenças graves, agressivas, com estadiamento avançado por ocasião do Diagnóstico, podendo ocorrer padrões histológicos pouco diferenciados ou ainda de células em anel de sinete. Ocorre óbito precoce e cerca de 45% dos casos, são operados em urgência.
Voltando a morfologia da biópsia, vemos "a posteriore" que existiam algumas áreas de padrão trabecular, incomuns em Linfomas (
Foto_8) e uma figura muito nítida de canibalismo (
Foto_9), que poderiam ser pistas para suspeitar de carcinoma!
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